Planos da Tether para expansão do USDT

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Em uma entrevista recente o CEO da Tether, compartilhou os planos ambiciosos da empresa para o futuro do USDT e outras iniciativas no setor cripto.

Maior emissora de stablecoins do mundo, a Tether  busca expandir além dos mercados financeiros tradicionais, explorando setores como inteligência artificial, telecomunicações e educação. O USDT desempenhando um papel essencial nas economias emergentes. Em contraste com concorrentes como Ripple e PayPal, que concentram suas operações no mercado financeiro de alto nível, a Tether se concentra em regiões onde grande parte da população ainda não tem acesso a serviços bancários. Segundo o CEO, “o USDT permite que pessoas em países como Argentina, Nigéria e Venezuela utilizem serviços financeiros básicos, mesmo sem uma conta bancária, ajudando diretamente aqueles que enfrentam dificuldades reais no dia a dia”.

A Tether destinará parte das receitas para investir em IA. O objetivo é desenvolver soluções de código aberto e voltadas à privacidade dos usuários. O principal objetivo e a Tether quer criar uma alternativa descentralizada, já que a IA está centralizada em poucas empresas o que representa um risco, argumenta o CEO.

Para isso, a Tether formou três equipes dedicadas a IA. Uma das equipes vai focar em pesquisa e desenvolvimento de novos modelos. A outra irá oferecer plataformas de IA como serviço e a terceira estará focada em criar uma base de IA orientada à privacidade.

 

Tether

Lançada em 2014 como uma das primeiras stablecoins do mercado, mas inicialmente chamada Realcoin. Seus criadores, Brock Pierce, Reeve Collins e Craig Sellars, tinham o objetivo de criar uma moeda digital que mantivesse um valor estável atrelado ao dólar americano, facilitando transações e protegendo contra a volatilidade característica das criptomoedas. Em novembro de 2014, a moeda alterou o nome para Tether (USDT), simbolizando seu vínculo com o dólar americano (1 USDT = 1 USD) o que permite aos usuários armazenar e transferir dólares em uma blockchain.

A Tether se tornou popular ao fornecer estabilidade em um mercado cripto muito volátil, o que atraiu traders e exchanges, permitindo que usuários mantivessem valor estável durante períodos de grande oscilação. Seu crescimento foi rápido, e o USDT logo se tornou a stablecoin mais utilizada no mundo.

No entanto, a Tether também enfrentou controvérsias. Em 2017, surgiram questionamentos sobre a transparência das reservas da Tether e se cada USDT estava realmente respaldado por um dólar em reservas. A empresa enfrentou investigações e, em 2021, acordou com o estado de Nova York para melhorar a transparência, comprometendo-se a fornecer relatórios regulares sobre suas reservas.

Hoje, a Tether é uma peça fundamental do ecossistema cripto, sendo usada para transações rápidas e como moeda de reserva para proteger contra a volatilidade. No entanto, além do USDT atrelado ao dólar, a Tether oferece stablecoins vinculadas ao euro e ao yuan, ampliando sua presença no mercado global de criptomoedas e mantendo seu lugar de destaque entre as stablecoins.

 

Stablecoins

Stablecoins são criptomoedas projetadas para manter um valor estável, geralmente atrelado a um ativo de reserva, como o dólar americano, o euro ou até mesmo commodities, como o ouro. A ideia é combinar a estabilidade das moedas tradicionais com a eficiência e a segurança das criptomoedas. Existem diversos tipos de stablecoins, mas as mais comuns são:

1. Stablecoins Fiat-Collateralized: Garantidas por reservas de moedas fiduciárias, como dólar ou euro. Dessa forma, a cada unidade de stablecoin emitida, um valor correspondente é mantido em reservas para garantir sua estabilidade. Exemplos incluem Tether (USDT) e USD Coin (USDC).

2. Stablecoins Cripto-Collateralized: Garantidas por outras criptomoedas como reserva, mas para compensar a volatilidade dos ativos digitais, elas mantêm reservas superiores a 100%. Um exemplo é o DAI, que é lastreado em Ethereum (ETH).

3. Stablecoins Algorítmicas: Diferente das outras, essas stablecoins não possuem reservas colaterais. Em vez disso, utilizam algoritmos e contratos inteligentes que ajustam a oferta da moeda automaticamente, com o objetivo de manter a estabilidade. Quando o valor sobe, o algoritmo emite novas moedas; quando cai, reduz a oferta. No entanto, esse modelo tem pouca adesão devido o seu maior risco.

Stablecoins desempenham papéis essenciais no mercado cripto. Utilizadas em exchanges para facilitar a negociação entre diferentes criptomoedas e em mercados emergentes, onde ajudam a proteger contra a volatilidade das moedas locais. Essas moedas também estão se tornando populares como meio de pagamento em transações digitais, onde estabilidade e rapidez são requisitos fundamentais.

Por oferecerem a segurança de um valor estável, as stablecoins são cada vez mais utilizadas em aplicativos DeFi (finanças descentralizadas). Elas permitem empréstimos, investimentos e transferências sem a volatilidade típica das criptomoedas.